Críticas Recebidas

Críticas

Luiz-Bhittencourt-Luiz-Bittencour-Luiz-Bitencourt-Luís-Bittencourt-Luís-Bitencourt-ILB-instituto-Luiz-Bhittencourt-Artista-plástico-Arte-Art-artista-visual-Artist-Art-São-Paulo-SP-SJC-Galeria-de-arte-Arte-contemporânea--Artista-brasileiro-Obras-de-arte

Wagner Marcílio

Formou-se em Administração de Empresas pela UNIP – Universidade Paulista. Em 2020 fez as primeiras publicações de suas poesias engavetadas a mais de três décadas. Vem se destacando no meio editorial com onze publicações, entre poesia, biografia, não-ficção e infantil. Em 2023, foi convidado a ocupar uma cadeira como membro da ABLA – Academia Brasileira de Letras e Artes em Taubaté, região do Vale do Paraíba Paulista.

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Balbina Valdivia Hernandez

Psicóloga Clínica; Formada pela Universidade de Guarulhos, SP; Membro da Casa Recomeço – Casa de Apoio ao Paciente Oncológico; Trinta anos em atuação clínica psicológica a crianças especiais, crianças super dotadas e em tratamento oncológico.

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Yara Valença da Rocha Prado

Bacharel e Licenciada em Biologia pela UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas; Mestre em Ecologia – pela UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas; Bacharel em Direito pela PUC Campinas – Pontifícia Universidade Católica de Campinas; Especialista em Gestão Pública – pela FGV – Fundação Getúlio Vargas; Servidora Pública Federal do TRT15.

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Oscar D’Ambrosio

Crítico e Curador de Arte; Graduado em Jornalismo pela ECA-USP; Graduado em Letras Português/Inglês pela Faculdade de Letras e Educação da Universidade Presbiteriana Mackenzie; Especializado em Literatura Dramática pela ECA-USP; Mestrado em Artes Visuais pelo Instituto de Artes da UNESP; Doutorado e Pós-doutorado em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie; Autor de diversos livros publicados na arte naïf e arte contemporânea.

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Carla Mourão

Coordenadora e Curadora de Arte do Espacio Uruguay. Em referência a exposição “Por Excelência” de 21 anos de carreira do artista

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Douglas Marthim de Oliveira

Psicólogo Social; Formado pela UniA – Centro Universitário de Santo André – São Paulo; Terapeuta Palestrante, Membro do Conselho Municipal de Igualdade Racial da Estância Turística de Ribeirão Pires.

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José Carlos Marçal de Barros

Diretor Executivo do Museu de Arte Sacra de São Paulo.

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Jorge Brandão

Curador de Arte.

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Carmen E. Pousada

Curadora de Arte e Produtora Cultural; Diretora da Galeria de Artes Inn Gallery em São Paulo; Ex-Diretora Cultural no Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo.

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Manuel Menéndez

Master – Direction Projets Artistiques, musique et arts de la scène. montpellier III; Master – Administration et Gestion d’Entreprises Culturelles. Mention T.B. Barcelone; D.E.A. – Etudes Mexicaines. Université de Perpignan; Licence – Filologia Hispánica. Université de Barcelone; Maîtrise – Espagnol. Université deMontpelier III; Licence – Espagnol. Université de Perpignan; Directeur d’Alliance Française Vale do Paraíba; Autor, escritor, poeta de livros publicados de poesias e contos.

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Leon Kossovitch

Crítico de Arte, Filósofo; Graduado em Engenharia Civil pela atual Universidade de Uberada; Graduado em Filosofia pela Universidade de São Paulo, obtendo os graus de Mestre e Doutor; Professor de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP.

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Luciana Melo

Artista Plástica formada pela Belas artes da Fundação Guignard de Belo Horizonte/MG; Ex-Coordenadora da Assessoria de Assuntos Culturais da Universidade de Viçosa/MG; Arte Educadora e Presidente do Espaço Cultural Vicentina Aranha, São José dos Campos/SP.

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Regis Machado

Artista Plástico.

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Dom Arquiabade Douglas R. Nowicki, O.S.B.

Mestrado em Teologia pelo Saint Vincent Seminary; Doutorado em Psicologia Clínica Infantil pela Tennessee University; Doutor Honoris Causa: Fu Jen University, Taiwan, República da China; Ex-Secretário de Educação da Diocese de Pittsburgh, Estado da Pensilvânia. Atual Chanceler da Saint Vincent University e Chanceler da Saint Vincent Seminary.

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Dom Abade Joaquim Arruda Zamith, O.S.B.

Intelectual; Doutor em Filosofia pelo Pontifício Ateneu Santo Anselmo – Roma – Itália; Abade Emérito do Mosteiro de São Bento – São Paulo – Capital; Abade Emérito Presidente da Congregação Beneditina Brasileira; Membro da Comissão de Tradutores da Bíblia Jerusalém; Autor de diversos livros publicados, sendo o último: “Ensinamentos de um Abade”.

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Ângela Savastano

Cientista Social, formada pela Universidade do Vale do Paraíba – UNIVAP; Diretora de Conteúdo do Centro de Estudos da Cultura Popular – CECP; Idealizadora do Museu do Folclore de São José dos Campos/SP.

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David Hoffmann Torobyov

Formado em Administração de Empresas pela Florida Atlantic University – EUA; Mestrado em Teologia pelo Seminário Teológico Fuller da California – EUA; Doutorado em Estudo do Novo Testamento pela Universidade de Munique – Alemanha; Empresário e Incentivador da Arte.

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Francisco Mendonça Cavalcante

Formado em Direito pela UFRJ – Universidade Federaldo Rio de Janeiro; Doutoradoe Psicologia pela PUC – Pontificia Universidade Católica – Campinas/ São Paulo; Empresário e Consultor de Gestão Empresarial.

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Bene Viana

Artista Plástico e Publicitário.

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José Fábio de Moura

Arquiteto, Pós Graduado em Gerente de Cidades pela FAAP.

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2024
LEITURA DA OBRA “JANELAS DA AMBIÇÃO E SOLIDARIEDADE”

Luiz Bhittencourt - Luiz Bittencour - Luiz Bitencourt - Luís Bittencourt - Luís Bitencourt - ILB - instituto Luiz Bhittencourt - Artista plástico - Arte - Art artista visual - Artist - Art - São Paulo - SP - SJC - Galeria de arte - Arte contemporânea - Artista brasileiro - Obras de arteIncrível poder ver em cores pinceladas por um grande artista, Luiz Bhittencourt, que em poucas linhas traçadas consegue trazer a perspectiva que eleva nossos olhos. Com o tema da obra “Janelas da Ambição e Solidariedade”, leva-nos ao patamar de compreender a construção da humanidade mesmo que seja esta pequena, não pequena representada numa tela, mas pequena a respeito da própria compreensão da humanidade, onde os pequenos podem ser grandes, bastando acreditar. Comunidade essa onde os traços nos trazem as janelas próximas umas das outras, onde os vizinhos estão a palmos de distância, com seus corredores demarcados, estreitos corredores, onde circulam pessoas, as quais buscam prosperar no futuro, na ambição de realizar seus sonhos por meio de suas pretensões. E o trabalho é o seu meio, é o seu ganha pão, é o seu sustento e de todos os que rodeiam, até mesmo da própria vizinhança, que a um palmo pedem por ajuda incansavelmente. Percebe-se nas cores vermelhas aplicadas à tela pelo artista o tom do suor que evidência o trabalhador, e o tom verde que também tem destaque em meio à sociedade, na sua crença de uma esperança por dias melhores, pois o sair de casa é um desafio e uma batalha de sobrevivência, mas é assim que se chega à ambição de dias melhores, por novas conquistas e sonhos, pois, mesmo que estejam a uma janela, a um palmo do outro, é dessa pequena janela que se constroem. Assim, fico a pensar no “como será” de cada um ao se deparar com o que buscou e encontrou: será o mesmo, ou o poder lhe tomará como posse? Só espero que acreditem que onde estiverem, que qual for sua janela, ou com o que irá se deparar a partir dela, valerá muito mais a pena, no mínimo, o ser “Ser humano”, assim como é o artista.

Maio / 2022

INTERAGINDO COM AS JANELAS

Na série, Janelas e Percepção, Luiz Bhittencourt nos revela mais que traços e cores. O artista reflete em suas obras o contraditório e o heterogêneo: cores duras contrastam com a fragilidade de outras sutis como se o sangue transbordasse no branco revelando as várias nuances da vida.

O interessante, nestas obras, é poder interagir com a arte e Luiz Bhittencourt nos dá essa oportunidade. Observando as janelas podemos decidir se queremos ultrapassar “uma janela” para dentro, para o escuro… Ali podemos vivenciar nossas fantasias e o desconhecido. Você tem coragem de se atirar para dentro da janela? Ou vai ficar nem dentro nem fora, entre a luz e a escuridão?

O outro lado, desconhecido, é o nosso mundo interior sombrio (ou não), é onde nosso “eu” pode se expor sem medo de julgamentos, sem conceitos pré-estabelecidos. A liberdade está lá. As flores e a natureza nas janelas parecem camuflar e proteger a intimidade de olhares “voyeurs”.

O artista mostra-se – a meu ver – em cores vibrantes, alegres, muitas vezes isoladas como se ali houvesse um misto de segregação não pretendendo entrar em contato com a dor. Um olhar mais atento às suas obras, percebemos lacunas e espaços vazios que remetem à solidão, como um elemento único perdido em um lugar que não lhe pertence.

Nada, nada “nestas obras passa em branco” Note-se que algumas janelas são abertas para a vida e para a luz, outras meio abertas e outras envidraçadas… e fica aqui o alerta: atirar-se numa vidraça tem seus riscos e consequências. Quem vai juntar seus cacos? Você é capaz? Prudência ao escolher sua janela: observe e avalie; e se você tiver coragem, ousadia e atrevimento, atire-se para dentro, bata de frente e encare seus monstros sem medo e recolha seus cacos. Depois disso pode pular a janela para fora! Você terá dado um passo para a liberdade.

Mas não são só janelas nas obras de Luiz Bhittencourt: observando atentamente, figuras humanas se confundem com as janelas, mas o mais intrigante são detalhes que remetem à infância através de roupinhas, objetos lúdicos e figuras infantis, e nesse sentido essa infância não faz parte do cotidiano “como um todo” dessas janelas; são detalhes da obra, isolados, perdidos, sem muito contato com a obra em si. O artista não inseriu a infância como fazendo parte do cotidiano “das janelas” ela está segregada em pequenos espaços, pelos cantos…

A percepção de cada um, em relação às obras, é individual e única. A série “Janelas e Percepção” traz para o observador a oportunidade de refletir e criar sua própria percepção em cada detalhe projetando na obra suas convicções.

Quer visualizar luz além da janela que escolheu? Vá em frente! O seu olhar é individual e único! E, se por enquanto não for o momento certo de pular a janela, não se apresse, você saberá a hora certa de enfrentar seus monstros e seus medos. E como raramente ficamos totalmente dentro ou fora, vamos “ficando na janela” perdendo a chance de explorar os conteúdos de nossas mentes.

Janelas, ah as janelas misteriosas, receptivas, atraentes, que guardam segredos inconfessáveis e tão suscetíveis às interferências lá de fora…

Vamos, decida-se! Qual janela você escolhe? Vai ficar “na janela” ou vai pular para o escuro?

Referente a série Janelas e Percepção

Janeiro / 2022

Conheci Luiz Bhittencourt e sua obra recentemente.

Visitei, na Galeria Poente, em São José dos Campos, SP, a exposição “Percepção de Crianças e Adolescentes”, onde o artista mostra instalações e pinturas.

Lá também conheci toda a série de obras, mais ampla, Janelas e Percepção, que abrange várias versões:

Nostalgia da Infância, com sua representação das antigas colchas de retalhos avoengas (onde cada retalho traz uma lembrança) mesclada com pinceladas;

Percepção (baseado em entrevistas com adultos, que relataram suas impressões ao olhar por uma janela – janelas dentro de janelas, o sol radiante, o céu azul brilhante, a noite escura, a música também evocativa) e Percepção da Janela (inspirada em conversas com crianças contando suas vivências).

Em toda a série observei o uso das cores vivas, o jeito naïfe, os temas de fundo social, a clareza das mensagens expressas nos traços e pinceladas fortes, nos volumes de tinta: tudo emociona.

Com destaque, a versão recente da série Janelas e Percepção, intitulada “Percepção da Janela” provoca o mesmo deslumbramento. Inspirado em entrevistas feitas com crianças, o artista faz um panorama colorido (nem por isso alegre) da vida que pulsa nos lugares simples.

Considerando a obra “Percepção da Janela VI” particularmente tocante, baseada no depoimento de um garoto que se sente protegido pela mãe de pois que a família foi abandonada pelo pai. Cheguei a “enxergar” o mar (?), a noite (?), o desconhecido (?) à espreita e um anteparo rosado (braços maternos abertos?) protegendo o que parece ser a casa, do ataque da escuridão.

Muito instigante.

O autor merece o reconhecimento que tem recebido desde o início de sua carreira.

Em referência a série Janelas e Percepção com destaque para a obra “Percepção da Janela VI”.

Outubro / 2024

Luiz Bhittencourt - Luiz Bittencour - Luiz Bitencourt - Luís Bittencourt - Luís Bitencourt - ILB - instituto Luiz Bhittencourt - Artista plástico - Arte - Art artista visual - Artist - Art - São Paulo - SP - SJC - Galeria de arte - Arte contemporânea - Artista brasileiro - Obras de arteDEFENESTRAÇÃO, A MÃO SOLTANDO...

A ocupação do espaço pictórico traz a coragem de valorizar a maneira de fazer, não se limitando apenas ao tema proposto, mas instaurando um diálogo entre os materiais que valoriza as janelas visíveis não mais como meras representações do real, mas, principalmente, como símbolos de maneiras de ver e de interpretar o mundo.

Assim como uma janela pode ser vista de dentro para fora ou vice-versa, a criação estética é um diálogo entre aquilo que o artista deseja expressar e como ele recebe as impressões do mundo. Nesse aspecto, o trabalho ganha múltiplos sentidos com a realização das pequenas e múltiplas janelas perante o tamanho do conjunto.

Referente a obra “Defenestração, A Mão Soltando da série Janelas e Percepção.

Janeiro / 2022

Uma obra de arte é um castelo de cartas. Se algo estiver fora do lugar, tudo pode desmoronar. Luiz Bhittencourt busca estabelecer uma linguagem em que os diversos elementos pictóricos se relacionem de maneira que o conjunto traga uma percepção com potência visual e que permita múltiplas interpretações. A obra “Percepção IX” integra justamente uma série em que se torna essencial que a cordo fundo estimule a visualização de dois elementos essenciais na poética proposta. Um é a evocação das janelas como espaço simbólico de entradas e saídas existenciais da jornada humana, pois elas trazem a complexidade daquilo que se pode ver ou do que se deseja esconder. O segundo reside nas múltiplas percepções que são estimuladas, pois não existe uma leitura simplista do que é representado. A magia artística reside naquilo que é sugerido pela maneira de trabalhar com a composição, as formas e as cores.

Em referência a obra “Percepção IX”.

Setembro / 2019

A mostra “Por Excelência” traz obras da trajetória de 21 anos do artista plástico Luiz Bhittencourt, além de algumas obras inéditas de sua mais recente série “Janelas e Percepção”. As características que definem a produção artística constante de Luiz Bhittencourt, não estão divididas por cronologia, é inequívoca, com um traço inimitável, desenho fluido, uma paleta singular, fiel a suas origens sem deixar de ousar, uma inspiração contínua em temas variados, sempre aperfeiçoando técnicas para seu dom, e com uma fronteira sutil entre o acadêmico e o naif. Luiz desenvolveu, desde o início, uma técnica própria sobre o tradicional, que são atributos únicos que assinam a sua obra.

A obra de Luiz Bhittencourt encontra-se em coleções particulares de não poucos países, tem hoje, ao redor de 400 obras no exterior. Textos que pretendem explicar sua obra, vem sendo escritos por intelectuais, filósofos, gestores culturais, escritores e poetas, psicólogos, críticos de arte, teólogos, abades e por amadores dos mais distintos setores da sociedade, sendo colecionado por juristas, diplomatas, religiosos, empresários, enfim, por todos os que se sentem tocados por suas indagações.

Em referência a exposição “Por Excelência” de 21 anos de carreira do artista.

Julho / 2019

O singelo tem lugar garantido nas telas de todos os artistas de grande sensibilidade. Claro, há de se admirar aqueles que pintam grandes obras de momentos épicos da humanidade. É evidente que se desperta a sensação de grandiosidade com a representação de grandes cenas mitológicas. Mas não é disso que a vida é feita. A vida é feita de vasos de flores.

A mais preciosa sensação é aquela que nos leva em memória a algum lugar de nossa infância. O cheira chuva, a sensação da terra entre os dedos, a cor que o sol desperta nas pétalas de uma flor coberta pelo orvalho…. É dessas coisas que a vida é feita.

É disso que trata a série Vasos de Flores de Luiz Bhittencourt. Da vida. Capturando imagens através de impressões de cores e movimentos naturais, encontramos nessa série a nítida sensação de que há de fato vida naquela obra. É a vivacidade de Monet na serenidade de Renoir. É a rara expressão da vanguarda despretensiosa que alcança o mais alto e moais profundo naquilo qua já se viu.

Em formas e cores, texturas e temas, encontra-se um singelo tributo ao lado mais singelo do cotidiano humano. É obra para tornar o que é comum em bucólico. É a alegação de que o cotidiano pode ser sublime em cada forma e cada cor.

Em cada vaso de flor.

Em referência a série Vaso de Flores

Julho / 2019

A arte é nada mais do que tornar sublime o que se percebe. Portanto, não há nada de mais primordial na arte do que tratar de percepção. O que seriam as artes visuais senão fazer com que o sujeito passe a perceber cores e formas como beleza e sensação? Na essência da música, está tornar vibrações no ar em sentimento. Na série Janelas e Percepção, o artista Luiz Bhittencourt trata justamente desses conceitos. O observador é levedo a olhar por um espelho: o que ele vê, faz com que ele questione como sou visto”. É uma metalinguagem quase cartesiana, do percebo, logo sou percebido. Remete a Munch, com uma intensidade cromática e dinamismo expressionistas de grande sofisticação.

Trata-se de uma obra intima para quem observa. É um exercício de exposição do self, numa sociedade que hoje paradoxalmente se expõe escancaradamente através de pequenas janelas de plástico e chips e ao mesmo tempo se isola compenetrada em uma tela eletrônica. É uma obra extremamente provocativa a um mundo que se acostumou a se mostrar, mas se desacostumou a ser visto.

Por isso, há de se repetir a afirmação: as janelas emolduradas na obra de Luiz Bhittencourt são como molduras de um espelho: provocam o reflexo e extraem reflexão.

Em referência a série Janelas e Percepção

Janeiro / 2018

Santas Ceias de Luiz Bhittencourt

Ao considerarmos a função da arte frente à existência humana, notamos nela impacto sobre aquilo que invariavelmente associamos, em diferentes tempos, culturas e contextos, a espiritualidade. Teço adiante linhas sobre como tal impacto metafísico foi alcançado nas Santas Ceias da série CONSAGRADOS do brilhante artista Luiz Bhittencourt.

Na obra presentemente apreciada, vemos como a arte é desta forma uma expressão da alma, e a alma fala de tudo aquilo que é humano. A alma fala sobre comunhão e partilha. Sobre afeto e acalento, sobre refúgio e traição. Fala também sobre as mais basais das atividades que sustentam o homem, como sentar-se à mesa e dividir o pão. Este ato é intensamente familiar a nós, imortalizado de forma sacra na divina ocasião da Santa Ceia. Esta humanidade divina, ou esta divindade humana, contida na imagem da partilha do pão, é retratada de forma sublime pelo artista.

Não se trata de fotografar um momento histórico. Se trata de traduzir em imagens todo o simbolismo metafisico da Santa Ceia: é a representação visual em telas das facetas desta cena.

O artista conta com cores a temperatura da esperança, em traços a contundência abjeta da traição e o enlevo da liberdade, conta em formas o acalento da partilha entre os povos e o isolamento dos que fogem da guerra. Despeja sobre a mesa a humanidade de reis e refugiados.

Estas telas são uma história contada diversas vezes de formas diferentes. Já é prova notável de habilidade artística recontar uma história fazendo o espectador mudar sua perspectiva cada vez que a contempla. Fazê-lo sem o uso de palavras, através apenas do uso magistral da imagem, é demonstração inegável de maestria do artista Luiz Bhittencourt.

Em referência a série Consagrados / Santa Ceias

Agosto / 2017

Obras Anjos e Consagrados de Luiz Bhittencourt

Há de se dizer que na arte, há apenas um pecado, e nele incorrem aqueles que não despertam um agitar quente nas fundações da alma. Alma que se desvela na exposição do artista Luiz Bhittencourt. A essência humana vem sendo dividia e escrutinada desde tempos imemoriais, mas há de se convencionar que existe em cada homem um sopro de inspiração, que compele ao sagrado, e uma expiração áspera que chama ao profano. Na área entre os vícios e a virtude, existe o homem. Esta zona cinza entre os opostos é dada cor na arte de Luiz Bhittencourt, que conduz os olhos do apreciador por uma reflexão na qual o observador se torna ele mesmo o contemplado, levado a olhar para si mesmo em seu íntimo.

A arte se faz sublime quando é feita não só pelo artista mas também pelo apreciador. As telas deste artista falam, e falam acima de tudo sobre o ego e a essência. Como dizia Dalí, “A cultura do espírito identificar-se-á com a cultura do desejo”. Ambos estão ricamente apresentados na obra de Luiz Bhittencourt. A simbologia não é passiva no artista. A obra parte às vezes para a ofensiva, com olhares questionadores, carentes, alegres e velados, com uma enxurrada de padrões evocativos, representativos de conceitos arquetípicos. A cruz. O ponto. Símbolos tão antigos quanto o homem. Demasiadamente humanos, e ao mesmo tempo, divinos.

A fé toma formas diversas nesta obra. Em uma pincelada, a fé é a escada que leva do fundo do Id ao irredutível superego. Em outra é o estoico Eu. A alma em sua batalha diária está em uma cor, e em um ponto escuro descobrimos que os problemas que afligem o homem são os mesmos problemas que afligem os deuses. Na obra de Luiz Bhittencourt, o espírito encontra tudo, menos silêncio. Aprecie a seu próprio risco.

Em referência as séries Anjos e Consagrados

Março / 2018

A exposição no Museu de Arte Sacra de São Paulo, “A Última Ceia” com telas do artista plástico Luiz Bhittencourt cuja obra se caracteriza por uma intensa busca da Fé sob várias formas, mantendo sempre como horizonte a busca de Deus. São obras do final de uma fase de sua vida em que ainda como postulante a ser ordenado monge no Mosteiro de São Bento tentava definir seu melhor caminho para “falar” de Deus, como religioso ou como artista plástico. Tendo vencido o caminho de artista segue produzindo uma obra que obriga o visitante a encarar suas próprias dúvidas.

A pintura de Luiz Bhittencourt não é passiva, ao contrário tem um olhar de ofensiva, a predominância de cores fortes, entre elas o preto e o vermelho parece inspirada nas comemorações catalãs que misturam cenários de devoção, que combinam recolhimento religioso, música e arte com cultura popular. Estamos certos que o expectador sentirá seu pulsar interior ao admirar as obras de Bhittencourt.

Em referência a exposição “A Última Ceia”, Museu de Arte Sacra de São Paulo

Março / 2018

No decorrer de anos, Luiz Bhittencourt expressa por meio de suas pinturas, esculturas, assemblages e performances, conjuntos de pessoas sentadas à mesa por motivos diversos. Seus trabalhos nos convidam a dialogar sobre temas recorrentes do dia-a-dia, como questões sociais, políticas, de costumes que nos remetem à histórica Última Ceia, momento sagrado para os cristãos.
Por razões diversas, comemoramos, dialogamos, discutimos, estudamos e debatemos ideias em volta da mesa. Seja em um café ou uma refeição, no imaginário do artista sempre haverá Cristo em suas Sagradas Ceias.

Em referência a exposição “A Última Ceia”, Museu de Arte Sacra de São Paulo

Setembro / 2017

Consagrados e Anjos de Luiz Bhittencourt

Luiz Bhittencourt, artista que se dedica a moderna pintura brasileira, usando formas variadas e criativas dando origem mágica aos elementos figurativos colocados em suas obras, que surgem em formas cubistas e geométricas numa pintura extremamente expressionista.
Mostra em suas composições uma enorme força nas suas linhas em diferentes direções dando ao espectador a dimensão do que quer mostrar para quem se deparar com a obra.
O uso excessivo das tintas com cores primárias e densas, muito bem colocadas norteiam a sua criação dando indícios decorativos em sua arte. Em suas pinceladas as vezes dá a sensação de variáveis conceitos.
Os elementos inseridos como os anjos, flores e as figuras que formulam os consagrados criam as diversas séries que compõem a sua produção.
Na essência da sua pintura usa de uma simbologia que contrasta o sacro e o profano de uma maneira sutil e velada, jogando o sublime e o pecado num patamar de manifestações acima do divino.

Em referência as obras das séries Consagrados e Anjos da exposição “Fé! Religiosos e Sacerdotes, Profanos ou Divinos?”

Novembro / 2014

“Tour de Force”

Luiz saiu com força do espaço da tela e foi para o campo, melhor dito, para o Parque Vicentina Aranha onde ele ocupa 15 salas dum dos pavilhão sobre uma superfície de 1200 m2. Ou seja « un tour de force » digno da Monumenta du Grand Palais de Paris onde, desde 2007, fizeram instalações especialmente concebidas para a ocasião artista consagrados como Richard Serra, Burren o Boltansky. Como todos sabemos uma instalação é a ocupação de um espaço durante um certo tempo colocando em situações diferentes técnicas de expressão e de representação e como é o caso do Luiz, com um sucesso inesperado e mesmo surpreendente. Penso na sala das lamentações, sala interativa onde as pessoas podem escrever o que deixaram de fazer ao longo da vida, expressar seus pensamentos íntimos, calados e finalmente libertadores.

Se a instalação perturba a relação entre obra e o público, rompendo os limites impostos por certas limitações, na instalação do Luiz essas barreiras estouraram. Os panos do chão imaginados para a sala das amizades onde o público era convidado a amarrar um retalho representando as amizades que se faz ao longo da vida, desbordaram o objetivo original. Surpreendente é espontaneamente essa interatividade – sem recorrer as novas tecnologias- se alastrou nas outras salas com um propósito completamente novo criando assim uma idéia labiríntica como labiríntico e o percurso proposto por Luiz com esses panos no meio da sala. O espectador já não sabe se pode ou não passar ; e se quer ver as obras tem que fazer uma ginástica ondulando em baixo dos panos estendidos ao redor da sala. A distância entre artista e espectador fica definitivamente abolida e se torna como um espaço de mutação. A cenografia vive, muda, se transfere, criando novas etapas visuais e sensuais.

Estava escrevendo esse texto quando tive que ir ao mercado fazer umas compras entre as que estavam ovos que a vendedora embrulhou em papel jornal, quando cheguei em casa qual não foi a minha surpresa era a página do jornal O Vale no caderno Viver informando da instalação de Luiz Bhittencourt. Isso me fez pensar que não tem maior instalação que um mercado com suas estruturas de ferros e madeiras, de toldos e caixas e da multicolor e multiforme horticultura, fruticultura.

Na sua instalação Luiz Bhittencourt nos propõe como um Axis mundi onde se comunicam os três níveis cósmicos : Céu, Terra, Mundo inferior. A instalação confere assim uma estrutura cósmica ao pavilhão protegendo assim o profano de um contato -sempre perigoso – sobretudo se não se esta preparado, com o sagrado. Entrar na sua instalação é como entrar em um espaço sagrado, é como franquear a fronteira entre nosso mundo e o mundo de ‘em cima’ através de um itinerário. Tem a porta, é claro, o « guardião » e também as 15 salas como itinerança para penetrar o mundo sagrado uma vez depurado de toda vaidade, de todo pecado.

Mais esse Axis mundi não conduz a lugar nenhum, a última sala não tem saída e você tem que voltar a desfazer o caminho- talvez o espectador tem a sensação de ter chego ao Paraíso- mais não tem jeito, não pode ficar, tem que sair da sala, tem que voltar.

Como no seus quadros, Luiz Bhittencourt não aporta soluções, só processos de questionamentos, de tentativas e de erros. Essa instalação sem saída nos pode conduzir a pensar que o homem não é livre de escolher seu lugar sagrado. Construir um templo não é fácil, como viver não é fácil, sempre em um eterno recomeçar. “Il faut imaginer Sisyphe heureux !“ * dizia Camus na sua filosofia do absurdo : do homem em busca de sentido, unidade e clareza no rosto de um mundo ininteligível desprovido de Deus, desprovido de eternidade. Como Camus, Luiz não se satisfaz no seu mundo e nos empurra aos questionamentos mais essenciais. A vida exige revolta.

Ao sair da instalação teve uma profética visão. Umas figuras encapuzadas em silenciosa fila penetraram no pavilhão escuro e saem uma a uma, cada uma carregando sua cruz como em uma procissão se dirigindo a uma pira. Aí em metade da noite termina, com poética machadiana, a instalação de Luiz Bhittencourt no pavilhão do Parque Vicentina Aranha como em um formidável fogo de artifício. Um formidável happening digno dos maiores artistas do século XXI, como em noite de fogaréu.

A cidade tem um parque,
O parque tem um pavilhão,
O pavilhão uma instalação,
A instalação umas cruzes,
Umas sombras passaram,
Quem sabe por que passaram?
E levaram as cruzes,
As cruzes e a instalação,
A instalação e o pavilhão,
O pavilhão e o parque,
O parque e a cidade.

* “Temos que imaginar Sísifo feliz”

Em referência a exposição “Indulgência, Do Pecado à Absolvição”.

Outubro / 2012

Série Elementos da Natureza

Disse em minha apresentação, algum tempo atrás sobre as obras de Luiz, várias coisas que vão surgindo nesta nova série:

Beber em muitas fontes de movimentos artísticos sem cair em qualquer uma delas e acrescentei que enfrentamos um artista que cada dia inventa seu próprio estilo.
Ele tem um jeito de pintar algo irreverente e um cromatismo parecido com Van Gogh.
Que cada vez seu estilo era mais depurado.
É um homem do seu tempo e percorre sua obra evocações da História da Arte.
Não podia dizer melhor, na série Elementos da Natureza estamos em presença de um Luiz completamente diferente. Desta vez bebe descaradamente no expressionismo abstrato, e com um cromatismo menos espiritual, mas terreno segue o caminho de Van Gogh porem em sentido inverso. Fugindo do figurativo, o diálogo com o expectador é mais íntimo. O contraste de cores nos impressiona e nos leva através de paisagens cada vez mais telúricos sem perder o ponto de poesia criada pelo uso do claro-escuro e certo vazio que tem a função de criar silêncio na tela. Ele segue pintando com essa forma irreverente, essa delicada provocação que tem todo artista que se preza. Obviamente, nesta série, Luiz é mais depurado, elimina quase completamente qualquer referência figurativa, embora … Luiz Bhittencourt continua com sua intenção constante de tirar o homem, imerso na carreira do tempo, da sua indiferença ao essencial da vida. Desta vez, ele faz isso através de enormes manchas de pintura com um cromatismo onde dominam o preto e o vermelho. Seria fácil referir-se ao anarquismo “nem Deus, nem Mestre”. Mas verificando a reflexão, Luiz não está longe deste preceito, não obedecendo a qualquer corrente e colocando acima de tudo, sobre o Altar de seu trabalho, a Natureza.

Mas olhemos mais de perto o que os quadros sugerem. Sua exposição ocupa três salas de um dos complexos do Espaço Cultural da Igreja São Benedito, onde a meu ver, estamos mais na presença de um “bestiaire”, porque as manchas de cor revelam, após um momento de contemplação, bois, cães, gatos, caranguejos, medusas, peixes… e corpos humanos, mulheres, rios, lagos.

Cromático, lúdico, poético, provocador, Luiz apresenta aqui e ali, a silhueta de uma mulher frágil de cor lilás-preto, os cabelos ao vento, lutando contra elementos telúricos, ou esse busto de escultor que aparece no canto de uma tela ou mesmo esta mulher de costas de cor vermelha em atitude de descanso, de relaxamento. Algumas formas são mais agressivas como a bota de um lorde arrogante e indiferente, ao que pisa, desprezando, destruindo? Está também o cachorro descansando no colo de seu dono e o gato que tem mais cara de cooker. Ou este díptico de dois gatinhos brincando com uma bola, de cromatismo mais feliz, de composição mais dinâmica.

Poderíamos também evocar as pinturas do rio e lagos onde a água filtra, flerta e flui.

Mas atraem poderosamente a minha atenção, duas belas pinturas e grandes, talvez as mais fortes, ou mais bem executadas pelo dinamismo e a luz do próprio quadro. Pendurados em duas paredes frente a frente que poderiam ser uma alegoria da vida.

No primeiro, vemos o que eu chamaria, de capoeira de bois, para o qual Luiz recorre mais a geométrica. A direita um boi de frente vermelho, encara seu chifre para o expectador em atitude de desafio e um boi branco com a cauda levantada, a cabeça para trás como em um movimento de dança ou luta, no mais puro estilo de capoeira.

Pendurado na outra parede, um touro vermelho os músculos tensos, a energia concentrada em seus rins, foge para a macha branca, para a luz, para a salvação. O casco dianteiro do boi, de cor cinza, acentua essa sensação. Isso me lembra Goiás Velho, cidade de Cora Coralina e estas tardes lânguidas de domingo, quando olhava, desde o restaurante, caminhões e caminhões carregados de vacas com olhos tristes, em direção ao matadouro. Desculpe-me Luiz, por esta digressão, mas como um golpe de flash eu lembrei desses olhares, com esse boi da sua tela que quer escapar desse destino, talvez redimido por seu pincel, pela magia da arte.

No meu constante questionamento, Luiz leva-nos desta vez da mão para a abstração lírica e mais para o “push and pull”, cuja regra essencial segundo Hofman, artista que teve que fugir dos nazistas, é o contraste de intensidade. A partir de suas manchas de pintura diferente, o olho, chamando a cor cortesia opera em mente, uma espécie de mistura óptico cuja fusão nos leva a perceber uma cor diferente, como na pintura de um caranguejo. Em vez de misturar cores na paleta vemos Luiz operar nossa visão de que milagre “Et voilà te tour de force”, Luiz. O expectador torna-se ator e participa ativamente do processo de criação.

Luiz com alguma insolência parece querer cortar todos os cordões umbilicais que prevalecem em nossa sociedade e voltar para o que diziam Montaigne e Rousseau sobre o “Mythe du bom sauvage”. Redescobrir Natureza, essa desordem tão harmoniosamente ordenada, e essencial para todos nós que sabemos e não sabemos os valores e os poderes que tem. Luiz Bhittencourt, lúdico e provocador – Eu entendo a sua proposta, eu entendo o seu itinerário, mas não sei se todo mundo vai acompanhar essa Via Crucis particular. Dizendo de passagem que é uma proposta nobre, digna de qualquer artista que se preze.

Em referência às obras da série Elementos da Natureza.

Outubro / 2012

Coletânea da Religiosidade de Luiz Bhittencourt

Exercício difícil para mim hoje introduzir Luiz Bhittencourt artista renomado no Vale do Paraíba, mas também internacionalmente. Luiz tem 17 pessoas que cuidam de sua imagem, clientes em todos os lugares, instituições, organizações e corpo diplomático que compram seu trabalho.

Ele possui obras em mais de 20 países. Ele possui também obras vendidas por todo o país por arquitetos nacionais que a divulgam em todo o Brasil. E vem a pergunta fatídica. O que eu posso acrescentar, sendo um simples diretor da Alliance Française em sua obra sendo eu laico? Então olhei para as obras. Tentei agarrar-me a alguma corrente pictórica para dar-me segurança as interpretações. Eu pensei em impressionismo, cubismo, expressionismo e mesmo matierismo mas nenhuma me dava satisfação por que Luiz é inspirado em todas elas sem cair em nenhum destes estilos. E isso em si não é apenas banal. A primeira coisa que surpreendeu quando eu recebi o convite da ilustração era que se perecia com obras de pintura Catalã romântica. Diferente da expressão bizantina ou Italo bizantina descritiva dos rostos que são bastante graves e uniformes. Características também da visigótica caracterizados por suas cores amarelas berrantes com figuras de crianças, com uma grande forma humana. Claramente evocam a arte medieval por que o objetivo é o mesmo: para ilustrar os momentos bíblicos ou religiosos em busca de luz, em busca de Deus, como é o caso de Luiz. Mas Luiz também é um homem de seu tempo e recorre através de suas obras a História da Arte. Entendia no sentido de que Borges disse sobre a literatura que eles retornando, as obras de Luiz sempre escrevem o mesmo livro. E evidente que o cromatismo e as pinceladas fortes estão relacionadas a Van Gogh e a Picasso em seu período azul até mesmo através de seus famosos quadros Les Demoiselles d’Avignon (que não tem nada a ver com essa cidade francesa, mas com Avinyó Carrer de Barcelona, onde Picasso viveu e onde ele localizou o bordel da burguesia catalana).

Obviamente Luiz, remove todas as referências aos seus arabescos, motivos arquitetônicos, arcos entrelaçados, ferraduras e caprichos de arte medieval. Ele se preocupa mais com as perguntas que as respostas. Recorre a pintura como em um ato desesperado de experiência interior, de introspecção e de espiritualidade. Os rostos são representados através de uma perspectiva de vida e não de sono ou de contemplação. Talvez em uma tentativa de tirar o homem da sua inercia quotidiana da sua indiferença face ao essencial da vida. Homem! Pare! Olhe ao seu redor, o que lhe dá vida, mas também sonda o que está dentro de você.

Os títulos de Luiz são impressionantes: Bento Santo / Santa Ceia, Traição de Judas / Santa Ceia, Cálice de Ouro / Santa Ceia Gore / Consolador / Santa Ceia, Cálice de Luz / Sana Ceia, Cálice de Sangue.

Estas evocações de sangue me faz pensar nas procissões da Sanch (ato curioso que é uma mistura de religião e de cultura popular catalã), que acontece em Perpignan, cuja vocação principal foi de acompanhar os condenados à morte o que fez que se protegessem com capuzes pretos e vermelhos.

Mas deixe-me parar no trabalho e obra impressionante: Séculos de Sangue, Por Deus ou pela Igreja?, que foram realizados pela igreja em nome de Deus. Um exemplo claro foi a inquisição que excursionou pela Europa durante séculos. Uma série de cruzes vermelho sangue, até o infinito em uma paisagem deserto onde figura humana esta ausente mais ao tempo raivosamente presente. Frente a esse quadro você se sente desamparado, sozinho. A solidão do homem sobre a terra, nascemos sozinhos e morremos sozinhos, mas também frente as dificuldades da vida estamos sozinhos. São vidas essas cruzes? Cruzes como vidas sacrificadas? Em nome de quê? De quem? Luiz expressa uma dualidade preocupante com essas duas cruzes na seção de Ouro do quadro: bem / mal; luz / sombra; vida / morte; vício / virtude; Deus / diabo. Ou essas cruzes são simplesmente todas as eleições ou renúncias que os homens e as mulheres fazem ao longo da vida? O pai de Albert Camus disse: “un homme, ça s’empêche”. Uma cruz preta, uma branca, a última felizmente com mais presença e relevo. Uma Via Crucis particular, as interrogações silenciosas de Luiz criam em mim um sentimento de dúvida. Não em vão, ele tem uma série chamada dualismo que expressa claramente a luta entre o bem e o mal. Cuidado Luiz, eu morava e trabalhava no país cátaro, e os primeiros que expressaram essa dualidade terminaram na fogueira!

Vamos fugir das chamas e acabar com uma nota mais filosófica: E se através de seu trabalho imbuído de religiosidade, Luiz Bhittencourt colocasse a dúvida por excelência, a Dúvida Maior a dúvida sobre a existência de Deus. O caminho de Deus é cheio de dificuldades. O caminho da vida é cheio de contra tempos, lutas. Da mesma forma que Luiz em toda a sua obra, tende mais a questionar-se que a procura de respostas. Talvez ele nos esta dizendo que Deus é um itinerário. A vida é um itinerário.

Em referência às obras Coletânea da Religiosidade das séries Religiosa, Bento e Consagrados, com destaque para a obra “Séculos de Sangue, Por Deus ou pela Igreja?” da série Consagrados / Reflexão.

Abril / 2014

Coletânea dos 15 Anos de Carreira

No horizonte da moderna pintura brasileira, as cidades e figuras de geometria cubo-expressionista surgem em Luiz Bhittencourt como uma estilização apoiada em linhas. Ulteriormente espessada por gestos enfáticos, a pintura passa a encurtar a distância do espectador ao suporte, substituindo o desprendimento da visão longínqua pela comoção da propínqua, engastada na massa de tintas que ritmos e repetições percutem: eliminando as linhas contornantes dos inícios decorativos, a pintura torna-se operação de manchas cuja densidade evidencia-se apta para modelar conceitos.

Anjos, Bento, Elementos da Natureza, Vaso de Flores, Consagrados são séries que, embora relacionadas à iconografia anterior do artista, modificam o exercício visual, não por recorrerem a variações lineares, mas por valorizarem as iterações que se lançam no suporte, horror vacui exemplificado por anjos e cruzes que nele proliferam. Essa plenitude não se atém às figuras, pois o que as separa não é a indistinção de um fundo: ativado pela espessura das tintas, este deixa de funcionar como o descontínuo em que a visão repousa e, operante a matéria, acabam os feriados visuais.

É consequência disso a homogeneidade matérica no molar das pinturas recentes conferir-lhes a vibração que as liga à economia geral das cores. Suprimindo a não menos matérica distinção entre figura e fundo, a saturação intensifica ainda mais o efeito da pintura atual, enquanto situa no passado as séries Faces e Bocas, Religiosa, Vilas e Favelas, Criança, Transição, Metrópoles, Inspiração na Iconografia, Amigos, tudo o que, enfim, entre 1998 e 2009 se inclui nas uniformes estilizações lineares e nas heterogêneas regiões cromáticas.

Embora transcenda o religioso, Luiz Bhittencourt a ele muito se dedica na pintura, tanto na realizada com acrílico quanto na materializada com óleo, o qual sobressai nas pinceladas geradoras de linhas espessas e mais ainda, nas concentradas em manchas saturadas que suportes diversos, do papel à tela, acolhem. Nessa manifestação do religioso, as figuras ora dispõem segundo traçado prévio, ora se agrupam em ações e poses evidenciadoras a posteriori da composição, em que prevalecem, no suporte, recortes de áreas, repetições de figuras, ritmos de apresentação.

A composição explicita a energia dos agenciamentos; também, a invenção ganha alento com o que o artista chama “inspiração”, à qual atribui uma figuração estendida do grau zero dos Elementos da Natureza, pintura decerto abstrata, cujas figuras são, já no título, os átomos, invisíveis que se manifestam pictoricamente, à dos Consagrados, que expõem os devotados ao próximo, não aos santos de roca hagiográfica: recusando o rol da tipologia convencional, o artista troca tais patronos de onomástica por benfeitores, operem eles, ou não, em Flos sanctorum ou Legenda aurea.

A inspiração inventa figuração que se desvia das convenções iconográficas, explicitando a superação, pelo pintor, de tudo quanto confronte o seu arbítrio; nem indiferente, nem arrogante, este é consequente com as escolhas feitas à luz da Providência, que lhe sustém a leveza mundanal frente ao rigor do rito. Por isso, as “Santas Ceias” da série Consagrados podem intercambiar as pessoas da Bíblia e da vida, modificando-lhes até o número, no que diversamente alheiam o modelo, como se vê em “Jesus com as Marias”, “Santa Ceia dos Excluídos” ou “Santa Ceia dos Reis”.

Na invenção inspirada, anulam-se os lugares regulamentados do achamento; imprescrita, essa invenção não afronta, contudo, a religiosidade pois religa os homens e Deus sem o aperto da regra, a qual tampouco pode ordenar a própria pintura, preparada em Luiz Bhittencourt pela oração e a música sacra. Ora pontual, ora intervalar, a inspiração tem por desiguais os tempos das séries, flutuantes como a música e a prece que as trazem à luz: é sua a pintura que separa as mesclas, como a do bem e do mal, alegórica na série Anjos, já combatentes, antes da Bíblia, no Avesta zoroastriano.

A dimensão elocucional da pintura rebate-se na ação do pintor. A execução preste das séries recentes, conquanto indiciada na anterior a 2010, evidencia, na concentração dos gestos breves, o impedimento de hierarquização da figura sobre o fundo, que, homogeneizando as massas, evita a cenarização da pintura; mas, ainda que não encene a narração bíblica, Luiz Bhittencourt não busca reduzi-la ao símbolo. Não representando historicamente, a pintura, por se afastar também da direção simbólico-abstrata, é presentificadora, pois suas figuras e atos não seguem, com as trocas entre a Bíblia e a vida, sulcos batidos.

Sumária, a pintura descarta, a um tempo, a representação e a simbolização: lançando-se, com isso, no sentido, louvar o sagrado porquanto mostra eficaz a busca espiritual e a ajuda ao próximo. Essa pragmática, inquiridora na figuração e no título, cultiva o imprevisto, já na mistura dos actantes bíblicos e dos agentes vivos, dimensão que reordena as noções correntes da pintura, como a de invenção, tornada ao mesmo tempo achamento com lugares e encontro com o imprescrito da fantasia. Exemplificam-no as recentes “Inquisição” e “Séculos de Sangue Por Deus ou Pela Igreja?” da série Consagrados.

Por não se aferrar à iconografia estabelecida, o pintor aparta a memória da invenção, ambas ligadas a lugares. Com isso, a história pode flutuar além da literalidade do ensinamento, com o qual São Gregório Magno defende a imagem, nele, “Bíblia dos iletrados”; é a fantasia que opera quando reúne o diverso longe da encenação prescrita. Não cai, porém, sob os golpes dos iconoclastas de Constantinopla, atualmente entre os meados dos séculos VIII e IX, que opõem à imagem o símbolo sem figura ou ação, uma cruz, ou como o ácido São Bernardo de Claraval que a expulsa do templo para que o fiel não se distraia de Deus: Luiz Bhittencourt figura o sagrado como cruzamento do Livro e da vida.

Referindo-se ao conjunto da obra do artista nos seus 15 anos de carreira.

Setembro / 2012

Crítica da Série Elementos da Natureza

“Luiz Bhittencourt esse extraordinário artista que acompanho desde o seu despertar para as artes plásticas! Passo a passo caminhando determinado passando por vários processos de trabalho espiritual pelos quais lhe influenciaram em várias fases, proporcionando uma nobre criatividade e um grande aperfeiçoamento de técnica.

Nesta exposição ele tem uma descoberta original, conseguindo através da sua personalidade forte mostrar belas obras inspiradas pelos “Elementos da Natureza” com composições plástica, com uma poética de fina sensibilidade, as cores fortes e profundas, dando um efeito visual forte e formas misteriosas!”

Em referência à série Elementos da Natureza

Janeiro / 2009

“Conheci Luiz Bhittencourt em sua busca de um fazer: um desejo de uma forma que levasse a uma transformação de seu intelecto e de um forte e profundo desejo em encontrar uma resposta para sua busca.

Assim começou, através de freqüência em meu atelier, seus primeiros passos na busca de seus objetivos, optando pelas artes plásticas.

Atualmente, as séries Monastério, Inspiração na Iconografia e Metrópoles se interligam, traduzidas em formas de enorme seriedade que levam ao processo de matamorfose e que remetem à grande espiritualidade e à identificação do tempo atual com a eternidade.

Através de cores vibrantes e forte luminosidade, mostra-nos uma criação mística, que nos eleva até Deus!”

Em referência às obras das séries Monastério, Inspiração na Iconografia e Metrópoles

Fevereiro / 2006

“Conheço Luiz Bhittencourt há mais ou menos dez anos e, com esta convivência, observei que sempre teve os olhos atentos da visualidade que o cerca. O desejo de captar imagens da realidade para o seu trabalho, que é diversificado, é versátil e dinâmico. O desejo de apropriar-se da realidade levou-o ao desafio de entrar para o mundo das artes. Criando imagens com elementos figurativos, mostra todo o seu lado crítico retratado em suas primeiras obras, que deu o inicio da sua primeira série como artista plástico. Em seguida buscou o desafio de uma influência mística, retratando passagens bíblicas onde conseguiu talvez uma forma de comunicar-se com o mundo religioso. Noutra série, projeta todo um urbanismo concreto, extraído de uma percepção, penetrado do olhar que alcança talvez um significado de forte suporte para um equilíbrio ou uma saída mais sólida para a realidade contemporânea. Mas creio que com sua capacidade, sua técnica e com o seu desafio de criar uma identidade própria está formando com êxito toda sua bagagem como artista plástico.”

Em referência às obras das séries Faces e Bocas, Religiosa e Vilas e Favelas.

Agosto / 2012

Elementos da Natureza

“O trabalho elaborado e desenvolvido em sua mais recente produção pelo artista plástico Luiz Bhittencourt, é uma obra rica em todos os detalhes, realizada em óleo sobre tela, empregando o uso intenso das cores, formas, luzes e volumes. Sua pesquisa é merecedora de maiores atenções, abrindo portas a espontaneidade e criatividade Luiz Bhittencourt ocupa seu merecido lugar de destaque”.

Em referência às obras da série Elementos da Natureza

Setembro / 2007

”O trabalho de Luiz Bhittencourt revela um consórcio bem vindo entre os estilos primitivo e pós-naive brasileiro e as técnicas mais clássicas, rememorativas do período impressionista, tal como podemos observar em sua obra “Atelier”. O uso que faz de cores e superfícies vibrantes para evocar sentimentos e sensações, capturando a essência do tema ao invés de seus detalhes, faz com que tanto o ambiente em que a pintura é exposta, quanto o próprio observador, sejam parte integrante de seu trabalho, conferindo a cada obra uma série de possibilidades. Estamos muito felizes por ter várias de suas obras no acervo da Saint Vincent Archabbey.”

Em referência às obras das séries Monastério e Metrópoles.

Agosto / 2007

“Acolher com o coração significa de certo modo abrir-se para o que as obras de Luiz Bhittencourt nos revelam: o ser, a verdade, a beleza. Como é difícil “expor-se à luz da verdade e da beleza”. Quase instintivamente o homem tende a se fechar a essa luz. Por que será que tal medo costuma parecer? Talvez por que a luz que emana da verdade e da beleza também nos interroga, nos questiona, e exige de nós uma resposta. Assim, em lugar de aceitarmos ser iluminados, isto é, interrogados e questionados, nós procuramos fugir, através de muitas perguntas que fazemos para nos defender.

Do mesmo modo, diante da suprema verdade que Cristo revelava, sobretudo os poderosos, os que se julgavam sábios, para não se comprometerem com as palavras, a verdade e a beleza de Jesus, eles lhe propunham muitas perguntas: “Depois que Jesus saiu dali, os escribas e fariseus começaram a importuná-lo fortemente e a persegui-lo com muitas perguntas”. (Lc.11:53)

Será interessante comparar tal atitude com outras semelhantes, de pessoas que ao se colocarem diante de um quadro, de uma obra, em lugar de se concentrarem e em silêncio permitirem serem como que “atingidos” pela verdade ou a beleza, procuram logo fazer muitas perguntas ao artista sobre o significado de tal figura, sobre o tema, sobre o título… justamente para não serem eles mesmos interrogados pelas perguntas silenciosas que brotam da obra.

E para não cairmos nós também nesta armadilha das perguntas com que queremos nos valorizar ou defender, se temos uma palavra oportuna, ainda que um tanto severa, de um poeta alemão mas bem conhecido entre nós, ele respondia as cartas e orientava e aconselhava um jovem que desejava ser um bom poeta. Em uma dessas cartas, em que o jovem lhe havia feito demasiadas perguntas, Reiner Maria Rilke lhe responde: “Você é tão moço, tão aquém de todo começar que lhe rogo, como melhor posso, ter paciência com tudo o que há para resolver em seu coração e procurar amar as próprias perguntas como quartos fechados ou livros escritos num idioma muito estrangeiro. Não busque, por enquanto, as respostas que não lhe podem ser dadas. Viva, por enquanto, as perguntas. Talvez depois, aos poucos, sem que perceba, em um dia longínquo, você consiga viver a resposta”.

Assim, são as obras de Luiz Bhittencourt, observe-as silenciosamente deixando brotar as perguntas silenciosas da obra e as viva simplesmente.”

Em referência às obras da série Cerâmica, Monastério e Inspiração na Iconografia

Novembro / 2004

“Traduzo com estas palavras, o que as obras de Luiz Bhittencourt, me inspiram, nesta belíssima exposição “Além dos Olhos”: “De um instrumento musical, ouvir melodias envolventes…

De cantores, sons divinos…

… é o grande privilégio do Homem: ser capaz de se apossar das artes.

Simplesmente tomar posse.

A arte é de quem a toma, de quem se apossa e só se completa quando é possuída.

O Artista plástico constrói a obra mas sua alma só lhe é dada por quem a possuir; assim como o arquiteto que idealiza e constrói a morada que só terá vida quando for habitada.”

A obra de Luiz é para ser habitada, possuída, por almas diferentes. Pego como exemplo a obra “Oleiro” “… nesta paisagem de moradas eu habito. Muitos habitam. Lá dentro há melodias envolventes, há movimentos harmoniosos, há sons divinos porque eu os coloquei ali.” Na obra “O Sermão” por exemplo, posso dizer: “Aqui, nesta paisagem, é tudo silêncio… Tudo se movimenta silenciosamente, sem ruídos, sem perturbar a paz buscada.” Na obra “Missionários” digo: “Olhos da alma que vêem o invisível… bocas que falam o segredo… O que eu, o dono, quero esconder, o que quero guardar.” E para finalizar esta belíssima exposição da obra “Unção do Espírito Santo” posso dizer: “Imagens que não quero ver, palavras que não quero ouvir. Só quero imaginar.”

Em referência às obras da séries Faces e Bocas e Religiosa na exposição “Além dos Olhos”.

Setembro / 2007

“Conheci Luiz Bhittencourt em uma mostra em São Paulo; desde então acompanho sua labutação. Me maravilho com a harmonia e composição de cores que utiliza em suas pinturas, num estado de repouso em que nos faz interagir como parte integrante da obra. Com incessante busca na contemplação de um crescimento espiritual, após uma vivência de oração e estudo em um Mosteiro Beneditino, mostra nesta nova série, com inspiração na iconografia da religiosidade oriental ortodoxa, um desdobramento de abstração com um equilíbrio de cores, resultando em uma descontração que promete metamorfosear em uma série de obras com substancioso impacto visual e comovedor, levando a nos questionar em nosso íntimo sobre a Crença e a Fé.”

Em referência às obras da série Inspiração na Iconografia

Outubro / 2008

“As obras de Luiz Bhittencourt deslumbram a verdade de um valor prático que se opõe a qualquer forma de intelectualismo, inerente à sua busca de Deus, revelando e relatando em suas pinturas, passagens bíblicas explícitas ou mesmo ocultas em perguntas soltas pela obra, na forma expressiva, vibrante e de profundo impacto emocional, que nos torna observadores e ao mesmo tempo parte integrante da obra exposta, em um questionamento silencioso e perspicaz, de perguntas que brotam em nossa mente nos coagindo a questionar a Fé.

Com pinceladas fortes e cores que pulsam com total equilíbrio de harmonia, capturando a essência de sentimentos que explode em nossos olhos, a série de trabalhos denominado pelo artista “Monastério”, nos leva a caminhar por ruas e casas em uma busca por algo que é jogado no ar para o expectador e que fica mais evidente, nas pinturas da série “Inspiração na Iconografia”, que remete de forma mais palpável à religiosidade, não tirando do observador o questionamento, mas impondo um sentimento que nos obriga a sentir e fazer parte da obra.

Acredito que as pinturas de Bhittencourt atingirão uma evolução marcante a cada nova série, como nos mostra até aqui o conjunto de sua obra. Com personalidade forte de um artista singular, ele nos lembra Vincent Van Gogh, com o uso das cores vibrantes e camadas grossas de tinta em obras que falam com o expectador em cada pincelada.”

Em referência às obras das séries Monastério e Inspiração na Iconografia

Maio / 2006

“Luiz Bhittencourt é um colorista; não está afeito aos esmaecimentos de influência européia, usa a cor de forma corajosa a exprimir luz e solaridades do mundo tropical. Faz desse modo sua eterna arte e, como Van Gogh e Sovensen, este no Brasil atual, é um “operário”, pois utiliza-se de matéria densa sobre o pano, embora deixe como linguagem parte da tela a descoberto. Suas características são pinceladas vigorosas e figuras massivas delineadas por contorno escuro, assim sobejando à distância certo cubismo.

Ajusta-se da iterativa “mimessis” para elaborar uma linguagem de forma e cor, cujo conteúdo faz de assinatura.”

Em referência às obras das séries Vilas e Favelas e Metrópoles.

Abril / 2005

“O artista Luiz Bhittencourt busca adentrar o espaço arquitetural, com o objetivo de procura, nos espaços urbanos, das pessoas, que apesar de estarem presentes, estão se tornando invisíveis, neste mundo globalizado.

Pois não há trocas, o que nos mostra que somos seres que vivem ou simplesmente passam pelas ruas, indiferentes ao contexto urbano e político. Italo Calvino em seu livro “Cidades Invisívies” coloca bem esta questão. Resta-nos através da arte e de um processo cultural, buscar formas e meios para resgatar o homem do século XXI”.

Em referência às obras das séries Monastério, Inspiração na Iconografia, Metrópoles e Amigos

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